O Governo da Inglaterra e do País de Gales publicou o número de abortos praticados em 2019, que se tornou recorde ao ultrapassar o número de práticas realizadas anualmente desde a sua aprovação em 1967. Organizações civis qualificaram este fato como uma tragédia nacional.

Em 11 de junho, o Governo publicou um relatório mostrando que, em 2019, foram realizados 209.519 abortos, mais do que em qualquer outro ano desde que a Lei do Aborto de 1967 foi aprovada.

Uma organização pró-vida assinalou que o aumento de 4.224 abortos desde 2018 é "uma tragédia nacional". "Estamos vendo uma tragédia nacional aqui. Esse número assustador nos mostra que o aborto está se tornando cada vez mais normal”, disse Antonia Tully, diretora de campanhas da Sociedade para a Proteção dos Nascituros.

"A propaganda que diz às mulheres que o aborto é 'simples e seguro', junto com o acesso cada vez mais fácil às pílulas abortivas estão aumentando o número de abortos", acrescentou.

O Departamento de Saúde e Assistência Social registrou que em 2019 houve um aumento na taxa de aborto para todas as idades acima de 25 anos. O maior aumento ocorreu entre as mulheres de 30 a 34 anos, com um número que passou de 15,7 por cada 1.000, em 2009; para 20,9 por cada 1.000, em 2019.

Em 2019, 40% das mulheres que se submeteram ao procedimento já haviam feito um ou mais abortos, um número que aumentou constantemente desde os 34% registrado em 2009.

No ano passado, houve 52.235 abortos médicos em casa, o que equivale a 36% de todos os abortos médicos precoces; e também houve 3.183 abortos por suspeita de deficiência.

Também houve 126 "interrupções seletivas", nas quais os médicos abortam um feto carregado por uma mãe que espera vários bebês, resultando em um aumento de 111 casos em 2018.

As estatísticas mostraram que 1.014 mulheres da Irlanda do Norte viajaram para o Reino Unido para realizar um aborto, enquanto o número de mulheres que viajaram da República da Irlanda para Inglaterra e País de Gales para abortar caiu de 2.879, em 2018, para 375, em 2019.

Liz Parsons, diretora de defesa da instituição de caridade "Life", disse estar "extremamente alarmada" com os números.

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"Estou chocada, mas infelizmente não estou surpresa que pelo segundo ano consecutivo tenhamos visto um aumento substancial no número de abortos", assinalou.

"Não há dúvida de que esse aumento significativo se deve, em parte, à retórica repetida da indústria do aborto que descreve as 'interrupções seletivas' como 'cuidados médicos necessários' e oferece um acesso 'mais rápido e fácil' ao aborto. É preocupante que estejamos vendo que agora dois em cada cinco abortos são realizados por mulheres que já sofreram pelo menos um anteriormente", acrescentou.

Parsons assinalou que, na Life, “representamos milhares de mulheres que desejam explorar opções alternativas ao aborto e estamos vendo um número crescente de mulheres que nos procuram para pedir ajuda e apoio durante uma gravidez não planejada ou porque estão sofrendo os efeitos negativos do aborto”.

Além disso, afirmou que em uma crise como a pandemia de coronavírus que representa “um momento único em nossa história onde estamos concentrando toda a nossa energia em salvar vidas, nunca devemos esquecer que o aborto resulta na perda de uma vida e no ano passado quase 210 mil nascituros perderam a vida por causa do aborto".

Finalmente, afirmou que o fato de que "nossa sociedade esteja salvando vidas com uma mão e tirando-as com a outra" mostra que "é hora de reavaliar nossas prioridades e começar a colocar mais energia em oferecer vida através de alternativas positivas”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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